Acabaram as férias da Páscoa.
Começaram as aulas virtuais, o que devolveu alguma noção de normalidade.
Senti como um ganho, como um retomar de tarefas com muito mais independência e autonomia, com uma professora que (com uma paciência infinita) ensina muito melhor do que eu, com o ver os amigos todos os dias, com a responsabilidade de saber que tem coisas para fazer e dias para entregar.
Proporcionou ainda uma nova competência. Em horas aprenderam a explorar uma plataforma, trocar mensagens com amigos, mudar o fundo, consultar tarefas e trocar mensagens. Um mundo novo, ainda que virtual.
Mas como agora todos temos coisas, estamos todos em teletrabalho, fica a Nôno mais dependente.
Nos primeiros tempos de quarentena fazia trabalhos ao mesmo tempo que o irmão. Agora o Martim desaparece e fica no quarto, o Bruno na sala e a Nôno anda sempre atrás de mim.
Recebeu uma boneca nova e fez-lhe madeixas com uma caneta. Ficaram impecáveis, ainda que roxas. Estou a pensar contrata-la para pintar o meu cabelo.
A professora de dança passou a dar aulas no zoom e agora tem também ela aulas pelo computador com as amigas.
Estou uma profissional a brincar às Barbies.
Cancelei os workshops de Numerologia.
Cozinhei favas pela primeira vez, coisa que se come em casa dos pais. Mas quando a nossa vizinha nos ofereceu um saco delas, achei que tinha de as usar. O resultado estava bastante satisfatório a avaliar pelos comentários familiares.
Numa semana quase toda de chuva, dediquei-me à Tabata. Treino com o Bruno. Espreitem:
Tabata workout, week 1, day 1:
Vou ao supermercado uma vez por semana e trago o carrinho a abarrotar.
Acho sempre que trouxe imensa coisa. Gasto uma fortuna. E na sexta-feira seguinte não sobra quase nada.
Continuo a adorar cozinhar e a fazer guloseimas ao fim-de-semana.
Estamos há cinco semanas todos juntos. Nunca estivemos tantas horas juntos. O Bruno ainda não pediu o divórcio e diz que não pensa nisso.
A Nôno aparece na nossa cama. O Martim às vezes chora por uma coisa pouco importante. Estamos frágeis mas fortes, o que parece um contra-senso.
Vamos para a sexta semana e as sextas sabem sempre a mel.
Começaram as aulas virtuais, o que devolveu alguma noção de normalidade.
Senti como um ganho, como um retomar de tarefas com muito mais independência e autonomia, com uma professora que (com uma paciência infinita) ensina muito melhor do que eu, com o ver os amigos todos os dias, com a responsabilidade de saber que tem coisas para fazer e dias para entregar.
Proporcionou ainda uma nova competência. Em horas aprenderam a explorar uma plataforma, trocar mensagens com amigos, mudar o fundo, consultar tarefas e trocar mensagens. Um mundo novo, ainda que virtual.
Mas como agora todos temos coisas, estamos todos em teletrabalho, fica a Nôno mais dependente.
Nos primeiros tempos de quarentena fazia trabalhos ao mesmo tempo que o irmão. Agora o Martim desaparece e fica no quarto, o Bruno na sala e a Nôno anda sempre atrás de mim.
Recebeu uma boneca nova e fez-lhe madeixas com uma caneta. Ficaram impecáveis, ainda que roxas. Estou a pensar contrata-la para pintar o meu cabelo.
A professora de dança passou a dar aulas no zoom e agora tem também ela aulas pelo computador com as amigas.
Estou uma profissional a brincar às Barbies.
Cancelei os workshops de Numerologia.
Cozinhei favas pela primeira vez, coisa que se come em casa dos pais. Mas quando a nossa vizinha nos ofereceu um saco delas, achei que tinha de as usar. O resultado estava bastante satisfatório a avaliar pelos comentários familiares.
Numa semana quase toda de chuva, dediquei-me à Tabata. Treino com o Bruno. Espreitem:
Tabata workout, week 1, day 1:
Vou ao supermercado uma vez por semana e trago o carrinho a abarrotar.
Acho sempre que trouxe imensa coisa. Gasto uma fortuna. E na sexta-feira seguinte não sobra quase nada.
Continuo a adorar cozinhar e a fazer guloseimas ao fim-de-semana.
Estamos há cinco semanas todos juntos. Nunca estivemos tantas horas juntos. O Bruno ainda não pediu o divórcio e diz que não pensa nisso.
A Nôno aparece na nossa cama. O Martim às vezes chora por uma coisa pouco importante. Estamos frágeis mas fortes, o que parece um contra-senso.
Vamos para a sexta semana e as sextas sabem sempre a mel.
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