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A mostrar mensagens de maio, 2020

Cabras

Passamos os fins-de-semana no campo. Na montanha há cabras. Vimos duas delas grávidas. Agora os nossos filhos querem ter cabras. O Martim quer uma branca, de seu nome Branquinha. A Nôno quer uma preta, baptizada de Luísa. Vamos deixá-los sonhar, porque faz bem à saúde.

Desconfinar - 1ª Semana

Esta foi a semana de voltar. Voltar rima com soltar. O Bruno voltou ao trabalho e houve mais silêncio na sala. Menos webinars, bisagras, plantilhas, enchufes e outras palavras espanholas que tenho vindo a aprender. Na terça-feira fui eu trabalhar e levei o Martim. A minha sala é muito grande porque a dividia e, por agora, ainda não tem ninguém. Ele delirou. Sempre que se levantava e voltava para a secretária, dizia que ia para o seu gabinete. Telefonava-me, rodava na cadeira, fez trabalhos e teve aulas. Como estava ali comigo, percebi que eles falam imenso. Querem todos contar coisas... Fomos almoçar juntos com o Bruno num verdadeiro dia de filho único. Por sua vez a Nôno foi para os avós. Levantou-se às seis da manhã sem sono, e vestiu o vestido de que mais gosta. Mas quando a fomos buscar estava com saudades e ficou prometido que também ela irá um dia ao trabalho da mãe. O calor veio em força. Usar máscara custa ainda mais. Custa-me pensar que não haverá arraiais, mas que nã

Tropas especiais

O Martim e a Nôno estão a brincar no quarto. Estão a usar Nerfs e a Nôno ri-se que nem uma perdida. O Martim diz-lhe durante o treino intenso: - Pára Nôno, os tropas não riem! Mal sabe ele.

Quarentena - 10ª Semana

E parece que tudo se está a desconfinar. Esta é a última semana do Bruno em casa. O trabalho volta para o escritório, mas espero que ele venha almoçar a casa  na maioria dos dias. A escola da Nôno está quase a reabrir. O Martim continua com aulas em casa, pelo que precisa ainda de alguém com ele, provavelmente eu, na maioria dos dias. O calor está a chegar. Começa a apetecer comer caracóis e sardinhas. Já não há fila para entrar no supermercado. O combustível deve subir. Continuamos a querer ir para o Coentral aos fins-de-semana. E veremos o que nos espera.

Bodas de Cristal

Dia 21 de Maio de 2005. Há 15 anos atrás, por esta hora, estávamo-nos a casar. Eu tinha 24  e o Bruno 26 anos. Já nem se usa casar com esta idade. Tem sido um caminho de aprendizagens e de evolução, de dias de sol e outros mais nublados, de partilhas e conquistas, de amor e de perdão. O Bruno nunca diz que é para toda a vida, diz sempre que é até ao Natal. E quando chega ao Natal, diz que pode ser até ao próximo. Ninguém é de ninguém e a vida dá muitas voltas. Mas enquanto for bom para os dois que assim perdure... desejando que o seja para sempre. Relembro as palavras do nosso convite com emoção e com a noção do quão são verdadeiras: Amar é correr o maior de todos os riscos. É colocar o nosso futuro e a nossa felicidade nas mão de outrem. É permitirmo-nos confiar sem qualquer reserva, É assim que nos amamos.

Afia

O Martim disse-nos que tinha um pedido muito especial para nos fazer. O Bruno percebeu que era um avião elétrico. Mas afinal é apenas um afia elétrico. Perguntou-me se lhe tinha comprado quando fui ao supermercado. Respondi que não é assim tão fácil de arranjar. - Vou pedir ao Pai Natal ou então de prenda de anos. Parece assunto sério e um desejo para ficar.

Quarentena - 9ª Semana

Fomos ao Coentral no fim-de-semana passado e queremos ir todos aqueles em que der para ir. Soube mesmo bem tratar de uma casa que precisa muito de nós, mudar de ares e estar ao ar livre, despreocupadamente. Rezámos o terço todos juntos e foi arrepiante ver o Santuário de Fátima vazio num 13 de Maio. Estivémos todos lá sem estar, mas é um pouco triste. Fui cortar o cabelo e a Nôno também. Celebrei 17 anos de Força Aérea. Quase a maioridade. Chegou roupa nova para os meninos, o calor é que se foi embora. Continuo a comer os biscoitos que faço e a beber chá antes de dormir. E há uma operação biquini que não está a resultar. Contenta-me o Bruno acreditar e dizer que estou sempre bem. A Nôno vestiu o fato de banho mais do que uma tarde. Mudar de visual ou entreter-se quando já é difícil ter coisas novas para fazer. O Martim está decidido a ensiná-la a ler e a contar. Brincam às escolas, aos exploradores, aos incríveis, às escondidas, aos polícias e investigadores. Quando isto t

Fé em Maria

A noite de 12 para 13 de Maio é muito especial. Acendemos uma vela e o Martim rezou a Avé Maria de olhos fechados. A Nôno aproveitou enquanto ele foi lavar os dentes para ir junto da vela pedir um desejo. Comentou que ficou guardado na luz da vela e que vai para a Maria. E emociona-me ver tanta Fé em meninos tão pequeninos de tamanho.

Média

Hoje de manhã a Nôno estava a ver-me a arranjar-me e quis maquilhar-se. A dada altura pediu-me rimel ao que eu disse que, por enquanto, ainda era melhor não. - Quando fores adolescente, empresto-te. - Quando eu for velhinha? - Não, quando fores um bocadinho mais velha do que o mano. - Ahhh, quando eu for média! Isso.

Quarentena - 8ª Semana

Os dias passam depressa, cada vez mais depressa, quase que se colam uns nos outros. Tem estado sol e calor o que anima e faz crescer. Tenho feito muitas coisas, mas não tanto coisas novas. Pensando nisto, voltei a andar de bicicleta, o que foi muito bom. Estou desejosa de cortar o cabelo e espero ir em breve. Há mais lugares vazios no estacionamento do prédio, sinal de que já há quem esteja a trabalhar fora de casa. Adoro o mês de Maio. E rezo para que isto acabe.

Lulas Cheias

Depois das favas hoje fiz outra iguaria. Lulas cheias. Para os comuns mortais são lulas recheadas. Para nós não! A receita era da avó-da-nês das Quatro-Estradas. Comprei lulas congeladas, mas com frescas é ainda melhor e mirram menos. Mas não tem nada que saber. Numa taça colocamos duas colheres de sopa de arroz (carolino para o bago ser mais pequeno), meio chouriço bem picadinho, os tentáculos das lulas cortadinhos e tomate picado (eu coloquei um bocadinho de polpa daquela com que tem cebola e manjericão, mas devia ser do fresco pelado). Enchem-se com uma colher (mal cheias porque o arroz incha e elas rebentam) e fecham-se com um palito. Fiz isto ontem porque hoje não daria tempo. Num tacho cobre-se o fundo com azeite e deixa-se cozinhar em lume brando. Pode-se salpicar de sal quando estão quase prontas, mas não precisa se o chouriço já for apetitoso. Acompanhei com batatas fritas e salada. E viajei no tempo muitos anos... para o Algarve, para as vezes todas que almocei e