O Eu da Filipa

Bom Carnaval para todos. Eu estou de tolerância de ponto. Há pessoas com sorte, é um facto!

Às vezes somos procurados pela última pessoa que imaginávamos. Acho que a vida é mesmo assim.

Ouvi esta frase na última entrevista do programa Alta Definição: - Tenho mais medo de bater do que de levar, porque não gosto de magoar as pessoas. Faz-me sentido. É muito justa. Nem sempre fácil de aplicar.

  O meu filho fica muito triste quando lhe dizem coisas de que não gosta. - Tu não sabes ler, tu fazes mal contas... Apesar de ser uma grande mentira, até podia não ser. Mas os miúdos são cruéis e metediços. Comparam-se, exibem-se, derrubam os outros (não sei com quem é que aprendem). Em tempos dizia-lhe: - Responde-lhe, diz-lhe que também é... Pura ignorância minha. Ouvi logo a resposta: - Eu não quero fazer isso, ele não ia gostar de ouvir. Puto do caraças! Então mudei de estratégia e disse-lhe: - Se eu te der um presente e tu não o aceitares, com quem fica o presente? - Contigo. - Se eu te disser que és totó e tu não aceitares, quem é que fica com o totó? - Tu! Ora é isso, só isso. E um dia ele vai perceber que o Universo nos devolve sempre o que damos, na mesma intensidade. E o mais importante é ter um coração bonito, não é ser bonito.

Passaram 80 anos e o mundo mudou em tanta coisa. Somos mais tecnológicos, mas não somos humanamente mais sofisticados. Antes pelo contrário. Porque não aprendemos a ultrapassar os conflitos. Nem sei se vamos.

  Durante muito tempo, quando pensava na palavra intrépida , achava que não era uma coisa muito boa. Talvez porque a palavra, em si, não é muito bonita. Mas quando pensei em esclarecer a coisa, descobri que afinal é uma coisa óptima! E que a devia usar mais vezes. Afinal de contas, conheço imensas pessoas intrépidas.