De tudo o que me faz pensar, há uma coisa que me atropela a cabeça.
A idade. Não a minha, a deles.
Há qualquer coisa que rasga.
Choram-me as estatísticas que eu estarei cá quando os meus pais não estiverem.
Muito nublado, bem sei. Mas real.
Posso tê-los agora, e abraçá-los com a carne que me deram, mas...e depois?
Vejo-lhes os anos na pele e a pele dá-me saudades. Saudades do que não vou ter.
É a lei da vida, e todas as frases feitas que pregarem nas paredes.
Mas a saúde teima em ir à sua vida cedo demais.
Não a deles, a das estatísticas.
Hoje tenho-os ali. Visto daqui, dos meus olhos, não envelheceram.
Foram emprestando um ou outro ano aos ossos.
Quero o meu pai a ficar envergonhado quando diz "gosto muito de ti filho" e a minha mãe com gotas de amor a marcar passo nos olhos quando diz "gosto muito de ti filho, nunca te esqueças disso"Nunca te esqueças disso.
E depois, o que fica? As memórias não são de carne, são de lágrimas.
E essas custam mais a abraçar. Há qualquer coisa que rasga, eu bem disse. Sei que estão na casa dos sessentas. Mais precisão do que essa acelera-me o sangue. "São novos".
E porque é que não ficam sempre assim?
Atrasem o relógio quarenta anos, vá lá. Só desta vez, ninguém vai dizer nada à terra.
Apetece deixar cair uma pedra na roda dentada e parar tudo.
A assobiar, para não ter de prestar contas.
A palavra filho é patente deles. Quando a dizem há uma manta que protege o coração até cima. Depois da estatística fica só o coração e a manta enrolada aos pés.
Podemos sempre puxá-la, mas nunca mais vai tapar tudo.
E não, nunca me esqueço disso.
Foi a Regina que me enviou.
É um post do Bruno Nogueira. Traduz o que, às vezes, penso e sinto.
Gostei de saber que há quem sinta o mesmo que eu.
Que não é um medo só meu.
A idade. Não a minha, a deles.
Há qualquer coisa que rasga.
Choram-me as estatísticas que eu estarei cá quando os meus pais não estiverem.
Muito nublado, bem sei. Mas real.
Posso tê-los agora, e abraçá-los com a carne que me deram, mas...e depois?
Vejo-lhes os anos na pele e a pele dá-me saudades. Saudades do que não vou ter.
É a lei da vida, e todas as frases feitas que pregarem nas paredes.
Mas a saúde teima em ir à sua vida cedo demais.
Não a deles, a das estatísticas.
Hoje tenho-os ali. Visto daqui, dos meus olhos, não envelheceram.
Foram emprestando um ou outro ano aos ossos.
Quero o meu pai a ficar envergonhado quando diz "gosto muito de ti filho" e a minha mãe com gotas de amor a marcar passo nos olhos quando diz "gosto muito de ti filho, nunca te esqueças disso"Nunca te esqueças disso.
E depois, o que fica? As memórias não são de carne, são de lágrimas.
E essas custam mais a abraçar. Há qualquer coisa que rasga, eu bem disse. Sei que estão na casa dos sessentas. Mais precisão do que essa acelera-me o sangue. "São novos".
E porque é que não ficam sempre assim?
Atrasem o relógio quarenta anos, vá lá. Só desta vez, ninguém vai dizer nada à terra.
Apetece deixar cair uma pedra na roda dentada e parar tudo.
A assobiar, para não ter de prestar contas.
A palavra filho é patente deles. Quando a dizem há uma manta que protege o coração até cima. Depois da estatística fica só o coração e a manta enrolada aos pés.
Podemos sempre puxá-la, mas nunca mais vai tapar tudo.
E não, nunca me esqueço disso.
Foi a Regina que me enviou.
É um post do Bruno Nogueira. Traduz o que, às vezes, penso e sinto.
Gostei de saber que há quem sinta o mesmo que eu.
Que não é um medo só meu.
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tiojulio