Há coisas na vida que estão certas. Que sabemos que vão acontecer. Um dia, bastante longe no tempo. Mas o tempo passa e aperta e esse dia chega quando menos queremos. Agora já não tenho Pai. Pelo menos por agora. Ficar órfão é perder uma parte de nós, da nossa identidade e da nossa história. É não ter o colo, o porto de abrigo seguro, o mimo. Perder uma palavra honesta e um conselho sábio. O nosso coração fica mirrado, apertado, a cabeça dói e o estômago arde. Terei de passar a viver das recordações, da gratidão e da memória. Na esperança de que, um dia, se torne menos difícil. E isto não significa que não tenha outros amores, mãe, marido e filhos. Significa apenas que fiquei incompleta. Não sei se para sempre, mas por agora. Até um dia.
E as estórias de vida começam assim... Escrever faz bem à alma. Permite desabafar, crescer e aprender. Deixa-nos ouvir o coração e pensar em voz alta. Só foi preciso querer começar.
Comentários
Lembro-me do telefonema choroso da tua Mãe, tão desesperado que até pensei que alguém tinha morrido!
Confortei-a dizendo: - Vais ver que qualquer dia vai contar todo o "sofrimento da recruta" com um sorriso nos lábios. Vai recordar bons momentos, "estórias" únicas que só se vivem quando se vive a tropa. E assim é. Aí está a data MARCANTE!
beijoka do tio :)