Avançar para o conteúdo principal

Uma aventura na Farmácia


Ontem à tarde fui à farmácia comprar um creme para o Martim.
Aproveitei e comprei um medicamento para mim.
Bem sei que não é a minha farmácia habitual, mas vivi uma experiência muito insólita.
Passo a contar!
- Boa tarde, queria uma embalagem de Gracial.
A jovem farmacêutica digita no computador o meu pedido e pergunta num tom de voz que toda a farmácia teria ouvido não fosse estar cheia e barulhenta:
- É uma pílula?
- Sim. - respondo eu
- É a pílula que o seu médico ginecologista lhe recomendou?

E várias respostas surgiram prontas na minha cabeça.

Pensei em dizer,
- Não, é a que me apetece experimentar este mês para ver se sabe bem.

Tenho 39 anos, 2 filhos, um marido que deve rezar a todos os Santinhos para eu não me esquecer de tomar tudo certinho, dado que estamos no mesmo escalão de rendimento da família dos Belmiro de Azevedo, os meus pais sabem que eu devo tomar qualquer coisa, mas a farmacêutica ficou escandalizada.

Mas respondi:
- Sim, foi a que a que o meu médico me prescreveu! Queria também a pomada X.
- E sabe como a deve aplicar?
- Também sei que é duas vezes por dia.

E pronto. Vim-me embora. Fim da louca história.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já não tenho Pai

Há coisas na vida que estão certas. Que sabemos que vão acontecer. Um dia, bastante longe no tempo. Mas o tempo passa e aperta e esse dia chega quando menos queremos. Agora já não tenho Pai. Pelo menos por agora. Ficar órfão é perder uma parte de nós, da nossa identidade e da nossa história. É não ter o colo, o porto de abrigo seguro, o mimo. Perder uma palavra honesta e um conselho sábio. O nosso coração fica mirrado, apertado, a cabeça dói e o estômago arde. Terei de passar a viver das recordações, da gratidão e da memória. Na esperança de que, um dia, se torne menos difícil. E isto não significa que não tenha outros amores, mãe, marido e filhos. Significa apenas que fiquei incompleta. Não sei se para sempre, mas por agora. Até um dia.

O moreno e a branquinha

  O Martim está no seu terceiro dia de praia e tem já uma cor invejável. A Nôno tem uma semana completa e nem se nota a marca do fato de banho. Mas há uma explicação óbvia, segundo ela: - Eu corro muito e o sol não me apanha!

Cana rachada

  Os meus filhos estão na mesma escola onde eu estudei. Das várias por onde passei, foi onde mais senti que sabiam quem eu era. Foi onde fiz a primeira comunhão. E todas as meninas estavam no coro nessa cerimónia.. Depois disso, a irmã responsável (que já era velhinha na altura e não me consigo lembrar do nome dela) disse que, se eu quisesse, podia não ir mais. Eu percebi e aceitei. Quando fui para a Academia da Força Aérea quis muito ir para o coro. E quase ninguém quer. Nas audições é frequente cantarem o Atirei o pau ao gato ou a Oliveirinha da serra para não ficarem. Eu cantei o Pai Nosso em ti cremos. E sei que só fiquei como suprano porque o capelão intercedeu muito por mim. Depois de um ano de ensaios até melhorei um bocadinho. No Karaoke só não é de chorar se o Bruno cantar comigo. Há uns dias estava a cantar com a Nôno o Chuchua Chuchua Chuchua ua ua. Uma música muito pateta mas que quem tem crianças sabe qual é. Não tem grande ciência e não exige particular talento.