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Já chegámos?


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A propósito do que ouvi hoje de manhã na Comercial...
Quando eu era pequena, e também não foi assim há taaantos anos, o carro do meu pai (e de todos os pais) era mais pequeno do que a maioria dos carros de hoje. Excepção feita a quando ele teve uma carrinha a sério e não a actual designação de carrinha. Quando íamos de férias levávamos bastantes coisas, mas nada comparado com os tempos de hoje.
Não sei como será quando os miúdos forem grandes, porque aos pés deles, e ao lado deles, e em todo, vão sacos de coisas que vamos meeesmo precisar e que vão fazer imeeensa falta. E acreditem que eu não levo o meu roupeiro todo, nem nada que se pareça porque sou muito prática e tenho poucos apetites.
Mas a verdade é que temos cada vez mais coisas e mais necessidades, umas mais outras menos tacnológicas, mais brinquedos, mais, mais, mais...

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Já não tenho Pai

Há coisas na vida que estão certas. Que sabemos que vão acontecer. Um dia, bastante longe no tempo. Mas o tempo passa e aperta e esse dia chega quando menos queremos. Agora já não tenho Pai. Pelo menos por agora. Ficar órfão é perder uma parte de nós, da nossa identidade e da nossa história. É não ter o colo, o porto de abrigo seguro, o mimo. Perder uma palavra honesta e um conselho sábio. O nosso coração fica mirrado, apertado, a cabeça dói e o estômago arde. Terei de passar a viver das recordações, da gratidão e da memória. Na esperança de que, um dia, se torne menos difícil. E isto não significa que não tenha outros amores, mãe, marido e filhos. Significa apenas que fiquei incompleta. Não sei se para sempre, mas por agora. Até um dia.

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Cana rachada

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