O Eu da Filipa

  Esta semana foi de regresso ao trabalho, às rotinas. Pensei que ia ser um passeio pela avenida, mas não foi. Nos primeiros dias senti-me atropelada por um camião Tir em movimento. Esqueci-me do aniversário da minha tia e de várias outras coisas. A vida não parou e eu é que tenho de acertar o paço por quem já estava a dançar. Mas a vida são dois dias e o carnaval são três, pelo que vamos aproveitar o sol. Carnaval na rua, Páscoa em casa. Ou talvez não.

Já não estou habituada a sentar-me ao serão para ver televisão. Enquanto via uma série com o Bruno adormeci um bocadinho. Perguntou-me se estava a dormir e respondi que me apaguei um bocadinho. E a resposta foi. - Acho que foi mesmo um apagão!

- Hoje aprendi que a matemática está em todas as coisas. - É bem verdade. Nos sinais de trânsito... - Na força da cauda dos dinossauros e até nos espinhos do Espinossauro. Está mesmo em todo o lado! Basta olhar.

A Nôno adora plasticinas. Principalmente nos dias em que a casa está aspirada. Foi o caso de hoje. Via-a então com uma pá e vassoura de brincar a chegar à cozinha. - Vê só que apanhei estas plasticinas duras no chão do meu quarto. Tenho a certeza de que foi a minha filha! E eu sei que foi a minha!

Amanhã é dia dos Namorados. O Martim pediu-me, à semelhança do ano passado, para comprar um presente para a sua querida L. Assim fiz e ele ficou todo contente. A Nôno, perante a conversa disse: - Mamã, pinta-me as unhas que amanhã vou ao cinema com o Tomás!

Sabes mãe, se eu encontrasse um dinossauro verdadeiro ia dizer a toda a gente que era um embuste. Sabes porquê? Porque se não toda gente ia querer vê-lo e falar com ele. E ninguém merece viver assim! Não achas?